”Pela primeira vez dona de seu destino, Ângela Vicário descobriu então que o ódio e o amor são paixões recíprocas.” (“Crônica de uma morte anunciada”, de Gabriel García Márquez)
Cansada de cartas marcadas, de sonhos comprados e do destino que a vida lhe oferecera, ela resolveu se vingar do carma. Mudou completamente, do dia para noite, da água para o vinho, do anjo para o demônio.
A vida pacata se tornara instável. Festas, bebidas e drogas eram a nova realidade. O jeito simples de ser se transformara em um estilo agressivo de se mostrar. Piercings, saias curtas e saltos-altos eram o novo visual.
Perdera qualquer vestígio do amor que sentira um dia. Perdera qualquer senso de romantismo. Fora covardemente enganada: primeiro iludida, depois traída.
Não o amava mais. Não se amava mais.
Sorte dela o destino ser tão perverso. A tentativa de fuga foi frustrada, ela não sobreviveu ao novo modo de viver. Acabou caída, drogada e prostituída em uma esquina qualquer da cidade grande, com sinais de estupro e overdose. Um destino mais amável a teria feito sofrer ainda mais, podem acreditar.
Thiago Assis F. Santiago
www.twitter.com/euthiagoassis
Que final ela teve, aposta que deve até ter sido melhor, na situação que ela já se encontrava.
ResponderExcluirBeijo e tem post novo no meu blog.
Será?
ResponderExcluirEu prefiro acreditar que a gente deve renascer, mesmo só os cacos, reconstituir os pedaços e nunca perder a fé.
Belo texto, bem escrito, sofrido!
Você é demais, caro Thiago. Escreve perfeitamente bem; um poeta também.
Um abraço.
Eu também acredito que a gente não possa perder a fé. Nem o amor, mesmo que ele se perca da gente.
ResponderExcluirUm dia a gente acha, só não pode ser tarde demais.
Suas palavras fazem qq um repensar na vida. Sempre é muito bom passar por aqui. MUITo bom, mesmo.
Parabéns, Thi!
Poucos conseguem expressar tamanha sutileza em poucas palavras.
Um beijo, aos montes.
infelizmente coisas que podem acontecer, talvés poderia ter sido deferente, ou talvés ela teria encontrado outra forma de se destruir, é questão é que nunca se sabe/fato
ResponderExcluirMmm... eu discordo.
ResponderExcluirQuando temos amor-próprio e deixamos de buscar no outro a "razão de viver", tudo modifica. Creio que a frase deveria ser: Não o amava mais. E, então, descobriu que nunca se amou.
A jovem aceitou o mal que lhe fizeram. E pior, foi violenta consigo mesma.
Ela não é dona de si, tampouco do seu destino, porque quem é reativo não tem controle de absolutamente nada. As situações regem as atitudes. E a sombra de ação se desfaz...
PS: Única coisa que eu concordo é que o texto foi muitíssimo bem escrito.
Um beijo carinhoso,
Nossa... como me identifiquei...
ResponderExcluirIsso que eu acredito, em mudar uma atitude, tomar a atitude da noite para o dia, basta escolher...
Adorei o texto, me identifiquei com ele. Não podemos perder a esperança de uma mudança...
ResponderExcluir;*
Q texto forte! Adorei!
ResponderExcluirEu entendo o q a fez mudar...entendo pq escolheu esse destino...entendo pq doeu menos...=/
Lindo texto! *-*
Bjos!
=**
Gostei muito do post, Thiago.
ResponderExcluirPelo menos ela tomou atitude e fez o quis e mergulhou no que acreditou; mas creio que renascer no amor, que seja à lua, é sempre mais prazeroso.
Embora não posso negar que a dor faça um bem danado à escrita :)
Lindo o texto!
Acho que estou perdendo meu senso de romantismo,perdendo meu amor,so amando e deixando ele me engulir cada vez mais.Não sei o que fazer quero demais esquecer mas não consigo!=/
ResponderExcluirSerá Thiago?
ResponderExcluirEu prefiro a tentativa do que a incerteza.
É, certas realidades são realmente cruéis. Mas não acho que ninguém deve tentar fugir dela... de alguma maneira, ela volta.
ResponderExcluirGostei do texto.
Um beijo
Nuu o final que mataou ela ne....a fuga .....
ResponderExcluirabraçao
Wow. Gostei - mesmo!
ResponderExcluirE, mesmo sendo homem, consegui me identificar.. rs
Esse lance de perder o romantismo, nao o amar, nao se amar me lembrou de muitas coisas. As vezes eu olho pra mim e digo: Chega de romantismo barato, Gustavo. rs
Sei lá, amor pode ser comparado a uma droga mesmo. Foi o que aconteceu a ela - a causa de tudo: amor ou nao-amor.
Há.. " drogada e prostituída"
ResponderExcluirEla num tinha 13 anos,né?!!
Por isso odeio mudanças :D É tão mais confortável continuar do mesmo jeito *-* Não sei se comodismo é bom, mas term casos (como nesse texto) que ele é a melhor saída !
ResponderExcluirbeeijo :*
Não imagino sofrimento maior, pior. Talvez a morte, mas seria um alívio.
ResponderExcluirTenho pouca fé, não credito em mudança. Pessoas não mudam, fingem mudar pra agradar.
Às vezes, as pessoas destroem a propria vida devido a dor que sentem. Isso é triste, mas é real. No entanto, sempre dá para se reerguer. Talvez, se ela tivesse olhado para si mesma, não tivesse terminado desse jeito =]
ResponderExcluirLindo texto, vc escreve maravilhosamente bem ^^
Seguindo :*