segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Constatação

E na minha mania de saber de tudo (sem saber)
me perco entre nós, versos e contradições;
teorias, teoremas e palavrões;
me cerco de dúvidas,
fluxos e alunicinações

me sinto alerta,
louco e derrotado.

E na minha mania de saber de tudo (sem saber)
deixo de lado o importante,
me perco em futilidades,
isolamentos e inimizades,
me jogo em prazeres desprazerosos.

me amarro em caos constante,
único e despedaçado.

E na minha mania de saber de tudo (sem saber)
me fodo.


Thiago Assis F. Santiago
www.twitter.com/euthiagoassis

14 comentários:

  1. o final é puro nonsense, total ousadia. Aquilo que realmente se pode chamar de licença poética.

    Que bom que também se surpreendeu no InterTextual. Está convidadíssimo a voltar.

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  2. hoje em dia acho "não saber de tudo"muito mais nobre. assim a gente nunca para de aprender ;)

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  3. É aquela sensação do orgasmo depois da punheta. É uma delicia durante, uma explosão no final, e alguns segundos depois percebemos que é inútil e só serve pra sujar.

    Nesse caso, vc não se fode. Vc fode.

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  4. que direto, a angústia, companheira de sempre.
    bjs
    ;*

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  5. A gente nunca se completa, aí tem esse aperreio todo! =D

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  6. Me lembrou Raul Seixas - Metamorfose Ambulante!

    E nessa mania de saber tudo, acabamos por esquecer tudo o que realmente sabemos.

    =**

    P.S: Realmente deu dó do meu personagem em "Noite-Dia. Vida". Mas não dava pra descrever de outro jeito!

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  7. Aproveitando o embalo da poesia, completo: é vivendo e se fodendo. (risos)

    Um abraço, médico.

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  8. hoje tento nao saber de tudo para me arrepender mais tarde, tento sim é viver...

    abraçao

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  9. Somos donos da razão mesmo sem ter.
    E acreditar que conhecemos e sabemos de tudo nos fode,mesmo!
    Por milhões de vezes já quebrei a cara por isso !
    Temos talvez de ser mais humildes e ambiciosos e não orgulhosos.

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  10. Amigo Thiago,
    Há quanto tempo! E tua poesia mais madura sempre me surpreende... (sem saber)...
    Beijos
    Perséfone

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  11. Acho que foi aos 15 anos, a última vez que eu soube de tudo. Mas, sabe como é era tudo tão claro que me cegou.

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  12. não me lembrava de ter dito isto:
    "o final é puro nonsense, total ousadia. Aquilo que realmente se pode chamar de licença poética.

    Que bom que também se surpreendeu no InterTextual. Está convidadíssimo a voltar."

    Diria hoje exatamente o mesmo.

    Que bom reler o teu poema e me reencontrar aqui.

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Por favor, se for para comentar apenas Bom texto, passa no meu blog nem se dê ao trabalho.

Conto com a compreensão de vocês quanto a isso, pois creio que não gostam quando isso acontece em seus blogs.

No mais, obrigado pelo comentário.